O que nos condiciona é tudo o que nos projeta para fora de nós. As condicionantes estão por todo o lado sem sequer dar-mos conta. Quando abdicas do que és, da tua vontade, do teu querer, para te diluíres nos ideais ou na vontade dos outros, algo não está bem contigo. Se a força do grupo tem mais impacto em ti do que a tua solidão ou porque foges dela ou porque te incomoda, algo não está bem. Se deixas que os problemas dos outros te condicionem; quando tens medo de ir contra um sistema, uma ideia, uma família; quando te conformas; quando te sentas diariamente frente a uma televisão e absorves todo o lixo que te oferecem, onde 90% das notícias são negativas ou de alguma forma revelam preocupação, medo, indignação e revolta; quando segues fanaticamente um clube, um partido, uma religião, uma tendência qualquer como se isso fosse a melhor coisa da tua vida; quando isto acontece, algo não está bem, quando não consegues estar só contigo próprio, algo não está bem… Quando abdicas de ti constantemente para de resignares e dares aos outros, algo não vai bem.

O que traz de bom para a tua vida saber da vida alheia, principalmente de pessoas quem nem sequer conheces? Podes fazer alguma coisa? Está nas tuas mãos fazer alguma coisa para que os acidentes ou assaltos não aconteçam? Ou que as pessoas se matem ou agridam? Observa o estado em que ficas quando recebes uma notícia dessas. É preciso mesmo saber que essas coisas acontecem? Então para quê continuar à procura diariamente do que te deprime e te deixa triste. Porque ficas e deixas os teus filhos ficar horas a fio frente a tablet ou a uma consola de jogos? É mesmo preciso tanta alienação do real? Porque escolhes filmes depressivos, de violência ou terror, se vão gerar sentimentos dos quais fugimos na vida real? para quê sermos confrontados com tudo isso quando há tanto por onde podemos escolher?

Enfim, há tantas situações que podemos enumerar e todas elas parecem imbuídas de normalidade. Todos fazem isso, faz parte dos hábitos, das rotinas dos dias de hoje, mas não, estes e muitos outros aspetos fazem parte de um enorme pântano de lama para onde somos levados, quanto mais queremos mais nos afundamos, mais frustração, mais ansiedade e tristeza alcançamos. É o pântano de uma sociedade montada para o consumismo exacerbado e para a consequente alienação dos indivíduos. Quem lá cai só quer ficar em cima e por cima dos outros para não se afundar, o que importa é ser o melhor, o mais forte e poderoso, ter mais visibilidade etc.

Há toda uma teia idealizada para nos conduzir subtilmente para lá, para esse pântano de ideias e de conflitos, onde nos perdemos de nós mesmos subjugados às modas e as tendências que nos são impostas.

Mas então como fazer? Afinal é a sociedade que temos, é nela que temos de viver, conviver ou até sobreviver, pois é mas isso não justifica que tenhamos de aceitar tudo, não precisamos de entrar no pântano do rebanho submisso.

Quando adquirimos a consciência destes aspetos finalmente entendemos como isso nos condiciona a ser quem na verdade somos. Não é preciso viver à margem, nem desinformado da realidade ou insensível aos outros, basta aprender a Fazer Escolhas, a dizer Não ao que não é para nós, rejeitar o “lixo” que colocam ao nosso dispor, simplesmente porque Sim.

A escolha é sempre tua. Faz a pergunta a cada instante, a cada situação, observa à tua volta e atenta no que é realmente uma mais-valia para ti ou uma fonte de preocupação, medo e conflito. Faz isso e depois muda, muda os teus hábitos, muda as tuas rotinas, as tuas amizades, os teus objetivos, o que for preciso, e verás que aos poucos te tornas mais autêntico, mais sereno, mais feliz e mais audaz.
Prioriza-te, Tu és a pessoa mais importante da tua Vida!