A última passagem de Plutão em Aquário teve início em 1778, permanecendo neste signo durante 20 anos, até 1798. Esse trânsito será o próximo que iremos enfrentar, já que Plutão volta a percorrer Aquário em 2023, onde ficará até 2043.
O planeta da morte e do renascimento. É assim que Plutão é conhecido na Astrologia. Ele confronta-nos com tudo aquilo que escondemos no nosso íntimo, aquela nossa parte mais sombria que ocultamos de nós mesmos. Da mesma forma acontece com a sociedades. Ele confronta-nos com tudo o que está oculto trazendo à tona, tornando visível para que possa ser regenerado. Há sempre nos trânsitos de Plutão, esta dicotomia – morrer para renascer.

A entrada de Plutão no signo de aquário, não será pacifica, pois esta é uma palavra que não liga de forma alguma com Plutão, mas será seguramente transformadora com tudo o que isso possa significar em termos de organização das sociedades. Seguramente muito terá de morrer para que a renovação possa eclodir. A boa notícia será que a capacidade regenerativa de Plutão acaba sempre por levar a humanidade a grandes saltos na sua evolução, estando isso amplamente comprovado nos compêndios de história.
Uma dica preciosa relativamente a trânsitos de Plutão, sejam eles pessoais, sociais ou de qualquer natureza; NÃO resistir. A mudança será inevitável. É fundamental ter consciência e uma visão o mais abrangente possível das situações e ter também a capacidade de aceitar. Resistir poderá significar ficar na primeira parte do processo, ou seja, na perda, acabando por não usufruir da regeneração que sempre vai acontecer.

Não vou aqui dizer o que nos espera com a entrada de Plutão em aquário a partir de 2023, vou antes deixar alguns factos do que aconteceu à cerca de 230 anos a trás quando ele por lá passou.
Atendendo ao momento que estamos a passar, será fácil a cada leitor tirar as suas conclusões. No entanto a tónica das transformações irá centrar-se na organização das sociedades, na economia, nos avanços tecnológicos, transportes e comunicação no geral. Novos princípios eclodirão, o próprio conceito de liberdade irá adquirir um significado diferente, mais profundo menos social e mais individual, com respeito pela diferença e pelo livre-arbítrio que cada ser humano tem direito. Salvaguardar também que as guerras e os métodos de hoje não têm o mesmo significado de outros tempos, pelo que a guilhotina tão usada na revolução Francesa adquire certamente um significado adequado aos dias de hoje.

Nunca podemos analisar um trânsito como sendo algo isolado. A configuração do céu junta sempre uma série de aspetos e trânsitos que interagem entre si, nada é resultado de um aspeto apenas.

O trânsito de Plutão em Aquário, de 1778 a 1798, foi tão importante que até dividiu a história do mundo, marcando a passagem da Idade Moderna para a Idade Contemporânea, na qual estamos até hoje. Grandes transformações sociais na Europa, ocasionadas, principalmente, pela Revolução Francesa, movimento que discutiu e alterou os direitos individuais e que influenciou toda a sociedade mundial.

Fiquem com alguns factos históricos dos milhares que ocorreram um pouco por todo Mundo, revelando a tendência transformadora que atingiu todo o planeta. Se quiserem mais é só googlarem mais um pouco.

  • Em meados do século XVIII, principalmente entre 1750 e 1800, surgem por todo o Mundo inúmeras revoluções. Um novo período de agitações sociopolíticas tem o seu início no Ocidente, agitações estas atribuídas à proliferação das ideias que marcaram o Iluminismo. Estas ideias surgiram dos novos conhecimentos científicos do século XVII que levaram a uma nova esperança na razão e no progresso, para além de terem conduzido à negação da autoridade e à declaração dos Direitos do Homem
  • O surgir destas novas ideias levou os monarcas a tomadas de posição. No final do século XVII, começaram a concentrar o poder nas suas mãos e a governar por meio de burocratas escolhidos por si.
  • A revolução a partir dos ideais iluministas apareceu em primeiro lugar na América do Norte, quando os colonos recusaram ser tributados por um parlamento que estava em Londres e no qual não tinham representantes.
  • Em França, em 1787, iniciou-se uma fase pré-revolucionária que iria durar até 1789, ano em que se deu a Revolução Francesa, quando foram convocados os Estados Gerais por Luís XVI, com o intuito de resolver os problemas financeiros. Mudaram o nome para Assembleia Constituinte, que, mais tarde, proclamou os Direitos do Homem e emitiu a primeira Constituição em 1791. A Revolução, propriamente dita, estalou a 14 de julho de 1789, com tomada da Bastilha pelo povo.
  • Entre setembro de 1793 e julho de 1794, os Jacobinos de “esquerda” assumiram o governo, dando início a um clima de terror.
    A França foi ameaçada de invasão pela Áustria, o que contribui ainda mais para este reinado de terror. Robespierre iniciou a sua ditadura em 1794. Com a sua queda e execução, no mesmo ano, acabou o chamado período de terror.
  • Os Girondinos (partido maioritário e hostil à guerra revolucionária, mas adepto da guerra com outros países) assumiram de novo o poder e, em 1795, surgiu uma nova Constituição.

14/07/2021

Carlos Dionísio